terça-feira, 14 de junho de 2016

Me ocorreu esses dias,  que embora eu tenha essa vontade de escrever sobre meus amigos, escrevi muito pouco sobre eles e a eles. Talvez seja a minha velha mania de adiar tanto as coisas, ou quem sabe seja uma maneira inconsciente, que meu cérebro encontrou de chegar a esse ponto. Ponto em que minha cabeça celebra uma paz e serenidade invejáveis. Ponto que eu jamais imaginei chegar, e que se contrapõe a todos os grandes problemas financeiros e emocionais que enfrento. Qualquer um me diria que é impossível uma mente tão doente e perturbada experimentar essa paz. Pois bem,  faça-o crer ou não, essa é mais pura verdade! Saboreio, hoje, em meio ao caos à clareza farta das minhas idéias, o assentamento dos meus sentimentos,  a mansidão do meu passado. É como se tivesse chegado ao olho do furacão e de lá pudesse ver todo estrago do vento,  as consequências que ele deixa por onde passa, mas sem ser atingida. Posso observar tudo a volta e enxergar detalhes que não veria se tivesse sendo arrastada a km/h.
É exatamente nesse ponto de amenidades, que minha mente se encontra.  E é exatamente neste ponto, que ela anseia por escritos. Acredito que agora,  tendo um coração tão mais quieto e comportado posso falar do que sinto e a quem sinto com maior justiça.
Estranhamente me encontro despida de orgulho, de dor,  rancor, ou raiva pelo que passou.  Tenho a alma leve contrariando tudo que se possa imaginar nesse momento.
Decidi por escrever à maioria deles. E o vou fazer. É quase uma necessidade.
E é talvez o presente mais bonito que eu possa dar-los. Escrevo com a minha alma e lhes darei a parte dela que vos cabe. Eu não sei se saberão que lhes enviarei algo tão precioso,  afinal são palavras escritas num papel. Mas eu não me importo que desconheçam a importância do que vou lhes dedicar.  Me importa mais a fidelidade do que vou lhes dizer,  me importa a entrega de mim. Conto com o sorriso do rosto de alguns. E incrivelmente,  me basta.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Encaixe!

Quero agradecer a todas as pessoas que me mostraram em algum ponto da vida que eu não me encaixava. Eu não me encaixo mesmo!  Obrigada! Mas agora, vocês podiam caridosamente me ajudar?
 Eu não encaixo na roleta e sento desconfortável no banco, tanto na ponta quanto no canto. Eu não me encaixo no espaço mínimo entre uma cadeira e outra no bar. Eu não me encaixo nas cadeiras frágeis e não me encaixo nas escadas longas.  Eu não me encaixo nos carros baixos e não me encaixo nos altos,  difíceis de subir. 
E sabe onde mais eu não encaixo? Eu não me encaixo no seu padrão de beleza e não me encaixo em fotos de corpo inteiro. Eu não me encaixo em seus desejos ou sonhos de final feliz. Eu não me encaixo em suas concepções de sexo, de paixão ou amor. Eu não me encaixo do lado de alguém mais jovem ou menos "forte" que eu. Eu não me encaixo igualmente ao lado das amigas, Eu não me encaixo com naturalidade, com discrição, com dignidade.  E ninguém se importa, e tanto que passei a não me importar também.  E tudo bem, mesmo! Porque a vida deve ser esse grande quebra- cabeças louco.  E eu sou essa peça que não encaixa. Mas por favor, diga, antes que seja tarde, o que a gente faz com as peças que sobram? O que a gente faz com as peças que não se encaixam?



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

É essa vontade louca de contar para o mundo todo sobre ele, sobre mim, sobre o que nunca será nós. Ou laço, ou elo, ou qualquer tipo de amarrado. Há de ser hiato. Não do tipo que foi junto um dia, mas do tipo que é separado desde sempre.
E como explicar este sentimento grande, enorme que não sufoca ou tortura? E como explicar que nunca será, no entanto, mesmo não sendo, me inspira, me liberta, me ressuscita.
Na verdade, até agora, eu nunca havia encontrado alguém que me despertasse a vontade de mudar. Eu, que sempre julguei que alguém que por ventura cruzasse meu caminho deveria me aceitar do jeito que sou: “ Ninguém valerá o meu sacrifício de mudança! ” Ninguém?
A gente não sabe de nada, mesmo. Tem coisa melhor que romper com suas próprias convicções, vez por outra? Frequentemente, a gente se habitua a elas sem perceber em que ponto elas podem se tornar amarras...
Quer saber? Eu estou mudando e de verdade e intensamente... E felizmente! Porque, que lógica há em querer que alguém te olhe, te enxergue e valorize o melhor em você, quando nem mesmo você fez estas coisas? Como querer que alguém te aceite quando você não se aceita?
Eu passei muito tempo enxergando no espelho tudo de errado, e como querer que alguém visse diferente? Não que agora eu veja tudo bem, mas vejo alguém que se quer bem, disposto a se fazer o bem. Eu vejo alguém limpando a poeira escondida debaixo do tapete. Eu vejo alguém disposto a arrumar essa cabecinha confusa e a perdoar esse coração amargurado.
Certamente, eu jamais poderei agradecê-lo porque ele nunca saberá o que fez. Essa é uma daquelas paixões unilaterais, adolescentes e passageiras. É como se apaixonar pelo professor de matemática. Rsrsrs. Mas é um sentimento que nos faz descobrir vida até no que a gente considerava morto e enterrado.
Poderia haver sofrimento? Poderia! Eu poderia lamentar o fato de não ser recíproco e chorar noites afins? Poderia! Mas é tão naturalmente especial, tão bobo, tão leve...
Os prejuízos são meus, todos meus. Porém eu não me preocupo com eles. Eu escolhi um lado e esse lado não me permite levar prejuízos, me permite superá-los, identificar neles as lições da vida.

Ainda que eu não possa agradecê-lo agora, eu me sinto grata. Eu estou “de mudança”, e não tenho intenção nenhuma de conquistá-lo nessa trajetória. Eu estou ciente e conformada. Não terei seu corpo, nem sua alma e não provarei seus beijos, não saberei de seus desejos e definitivamente o seu coração não será meu. Contudo, ele me deixou um bem maior ao despertar este sentimento. Meu deu a chance de reencontrar o meu próprio coração.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Sweet Child

Ela é irresistível. Uma doce menina de olhos meigos e sorriso encantador.
Com ar misterioso e naturalmente atraente, ela arrasta uma legião de admiradores fascinados em descobrir seus segredos e em conquistar o seu lindo coração.
Ela é linda mesmo, sem exageros. Por dentro e por fora. O que me faz pensar que certamente é um privilégio tê- la em minha vida. E eu descobri isso com o tempo, vendo- a crescer como quem vê rosa a desabrochar.
Quando ela ainda era criança, me lembro de tentar fazê-la falar. Me lembro de tentar entendê-la, conhecê- la. A menina tímida, de sorrisos contidos e de quase nenhum abraço. Lembro-me de em um dia comum daqueles, correr por todo salão da igreja atrás dela só para abraçá- la. Eu não sabia o que acontecia na vida dela, mas eu queria que ela soubesse que eu estava ali. Das meninas, ela era a que menos falava e eu sempre achei que era a que mais tinha coisas a dizer.
 Anos depois da primeira tentativa de abraço eu entendo porque foi tão difícil. Era preciso merecê-lo. Ela não é fácil e faz aquilo que quer quando quer. E isso é uma das coisas que eu mais gosto nela; a sua autenticidade.
Ela carrega suas dores no olhar, assim como carregava ainda menina. Basta espiar um pouquinho mais de perto. Basta olhar um pouquinho mais para dentro. Ela nem sabe, mas me ensina tanto, mesmo sendo tão jovem. Me ensina quando supera as suas fragilidades, quando é livre, quando se entrega, quando ama...
 Eu a conquistei, e tenho essa certeza no exato momento em que recebo os, agora fartos, abraços quentinhos, carinhosos e intensos, como o abraço de um grande amigo deve ser.
À minha doce menina, eu agradeço por me abrir a porta, por me deixar compartilhar tantos momentos felizes em todo esse tempo. Obrigada por me deixar conhecê-la e perceber o quão grande você. Agradeço a Deus por permitir que nossas vidas tenham se cruzado e por garantir que permanecessem juntas.
Há uma parte de você em meu coração e eu serei eternamente grata por isso. Obrigada por me dar o melhor de você. Espero poder te dar, sempre, o melhor de mim.


Te amo!

sexta-feira, 24 de julho de 2015

VANESSA, sem título, sem rótulo

Tenho tentado escrever para vocês esses dias e não consigo. Sempre acho que não está a sua altura, que não está bom, que não representa você ou a nossa relação. Mas depois cheguei à conclusão que isso acontecia porque algumas coisas na vida são mais sentidas do que explicadas. E se tem alguém que é muito mais sentimento do que explicação, esse alguém é você!
Com tamanha beleza e um gênio fortíssimo, é fácil a qualquer um lhe encher de rótulos, mas fácil ainda acreditar no que a gente ouve por aí. Difícil é quando a gente faz o caminho menos previsível, é quando a gente se permite chegar mais perto e ver além.
De perto, a gente pode ver um coração generoso e uma mão sempre estendida. De perto a gente se surpreende com a transposição das próprias dificuldades para não incomodar os que cercam. De perto, a gente vê a coragem, admira a segurança, a dedicação, a persistência. De perto a gente conhece as fragilidades e reconhece que a maior força está nelas. Foi bem de perto que eu te descobri, flor. Eu juro, prometo agora jamais dizer a alguém que:
Você se apaixona, loucamente, como todos um dia já se apaixonaram ou vão se apaixonar. Mas você jamais admitirá isso, por vezes, nem para você mesma.
Quando você foge é quando mais quer estar perto. E quando você diz que não liga, às vezes é quando mais se importa.
Se algo te emociona, a gente sabe no olhar com uma lágrima que teima em não cair.
Você cuida de todos com dedicação, mas desvia atenção, para gente não perceber. Você diz que desiste da gente, quando na verdade é quando mais insiste em nós.
Algumas vezes é ácida, mas é visceral! Literalmente Vanessa. Direta, reta e concreta.
Quando dói, na perna ou no coração, é preciso atenção. Você jamais admitirá o tamanho da dor, embora esteja na sua face. Ainda assim, você vai mascará-la com um sorriso.
Você abre mão de tudo, até mesmo das paixões, por nós, os amigos.
Você morre de ciúmes, no entanto fingir nem ligar se algum deles anda relapso com você.
Sua autodefesa é o ataque. Antes que alguém ouse.... Descobrir.... Talvez...
Sua fragilidade, sua insegurança, seu coração mole, sua sensibilidade, os seus anseios, dúvidas, medos... antes que alguém possa derrubar essa muralha que você construiu para se defender.
Eu conheço você, de verdade! E amo cada parte. A que briga, que escuta, que consola, que cuida e que ama. Feliz de quem pode tê-la nos caminhos da vida. Feliz de quem tem a certeza de que, aconteça o que acontecer, terá a sua mão para segurar nos piores momentos da vida. Feliz de quem pode no seu coração ter lugar. Dos lugares que já estive, lá é onde eu sempre vou querer estar.
Eu te amo, muito, muito mesmo! E isso é irrevogável, mocinha! É de verdade e é para sempre!
Obrigada por tudo!
Feliz semana do amigo! (Porque para o dia do amigo, eu estou atrasada)

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Um coração sempre em doação

Ao meu querido, Luís Eduardo Miguel Pereira.
Você é alguém tão estranho que é a única pessoa que eu conheço que tem como apelido o próprio nome. E é o nome todo. Para os outros, você é o Luisinho, para nós você é o Luis Eduardo Miguel.
Uma característica incomum de alguém de fato, incomum. Não é em qualquer esquina que se encontra um Luís, talvez por isso eu não o tenha encontrado. Foi ele quem me encontrou. Ele que me enxergou e estranhamente me quis por perto, me fez querida, me quis amiga. E eu? Eu pensava que ele era um garoto chato, grudento e me perguntava por que ele queria tanto ser meu amigo. Talvez o pensamento naquela época fosse reflexo dos equívocos que vez por outra acontecem na vida. A gente se acostuma com as decepções, vê tantas e tantas relações baseadas em interesses múltiplos ou tão superficiais que quando é de verdade a gente desconfia, estranha. E eu estranhei. Mas aceitei. Aceitei a primeira visita, mesmo cansada, e a longa conversa no quintal de casa, tomando sorvete numa noite fria... kkkkkkkk.
Quem poderia imaginar que hoje você seria um dos meus mais queridos amigos? E que eu seria tão loucamente apaixonada pelo seu coração generoso? Aliás que seja dito: Você tem um dos corações mais generosos que já conheci. Ele é quase feito de pedaços dados a quem você julga merecer. E eu ganhei um, ganhei o meu a muito tempo. Naquela época eu jamais teria imaginado que você se tornaria alguém tão importante para mim. E, talvez, só bem depois tenho dado valor ao presente de Deus que é tê-lo em minha vida.
Ser sua amiga tornou- se um privilégio, daqueles que alguém só pode perceber quando o é. Peço perdão se demorei tanto tempo pra perceber a preciosidade que é você. Me adianto, e peço desculpas também pelas vezes que sou dura demais, estressada, implicante, e falo desesperadamente sem deixar você responder. (Peço desculpa hoje, mas sabemos que eu farei isso amanhã...) Agradeço a sua paciência, a sua entrega e o fato de me ter escolhido. Eu ainda não sei por que você me quis sua amiga, mas certamente vou agradecer sempre você por isso!
Meu menino, que hoje se torna homenzinho, você será sempre meu "Prínsapo" gentil, carinhoso e engraçado. Será sempre, meu menino, mesmo quando beirar aos 40 anos. Eu te amo muito, muito além do que você possa imaginar, além do que eu possa demonstrar, ou escrever aqui pra você.
Desejo a vocês todas as coisa boas da vida, e tempo e olhos abertos para apreciá- las. Desejo que você seja o geólogo mais respeitado do Brasil (ou o padre, se você mudar de idéia kkkk). Que você continue paciente, mas não exagere. Continue falando o que pensa e o que sente, mas em poucas palavras. E que Deus possa sempre nos conservar cúmplices, amigos e companheiros na luta.
E embora eu já tenha dito, posso dizer de novo e de novo e novamente... Eu te Amo!

De: Sua Bibi.

Ps: Guardei o recadinho e o encontrei esses dias. Achei pertinente. Sua profecia se cumpriu, rsrsrs.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Adeus

Ontem, eu me despedi da você.
Foi assim, sem nem perceber... Você me correu o pensamento, no exato momento em que eu rezava.
É que todos os dias, antes de dormir, eu rezo, e ontem como você visitou meus pensamentos, eu pedi a Deus que acolhesse sua alma.
Mas não foi o fim. Após a oração, fui bombardeada por minhas lembranças de infância e sua presença nas cenas de que me lembrava.
Eu chorei... Chorei como criança, soluçando. Chorei tudo que não havia chorado nesses quase três meses desde a sua partida. E parece que todo aquele vazio de antes fora "esvaziado" agora. Todo aquele nada que sentia, morreu ontem.
Nada mudou! Nossa relação continuará marcada por inconstâncias e  talvez eu sempre tenha comigo a lembrança de uma relação complicada com você. E foi! É bom que não mintamos, você me conhece o suficiente pra saber que minhas palavras não são um sensacionalismo barato, sabe que se as dirijo a você ( a quem nunca pensei escrever aqui) com verdade do que sinto agora.
Faz tempo, que meu coração vem ensaiando esse Adeus que nuca lhe disse. Outro dia, lembrei de você quando fui tentar fazer um doce de leite em pó que fica meio queimadinho na frigideira... Vi você fazê- lo muitas vezes e matar aquela vontade incontrolável de doce que dá de vez em quando. Meu doce deu errado! Saiba que não aprendi a fazê-lo perfeitamente. Talvez ela seja uma habilidade só sua, não sei... Talvez.
E ontem, eu me lembrei de vários outros momentos. Lembrei das novenas e terços nas casas dos vizinhos em que eu ia pendurada a você. Lembrei dos jogos de futebol na rua, enquanto você estava sentada no banquinho, na calçada. Lembrei da simpatia na copa de 94 em que a gente amarrava as pontas da toalha de mesa, rsrsrsrs. Funcionou! Ganhamos aquela copa. Lembrei das noites de domingo em que assistíamos ao Silvio Santos, naquele programa que eu adorava "Em nome do Amor".
Eu não sei bem o que senti. Não sei se foi saudade da menina doce e sonhadora que eu era ou dá relação ainda não conflituosa contigo. Talvez fosse só saudade que eu jamais assumiria ter. . E estranhamente toda a mágoa e ressentimento que um dia já fizeram parte de mim em relação a você, partiram. Sinceramente, não estão mais aqui. Sem que eu percebesse, deixei passar, relevei toda dor ou decepção que me causou, quem sabe seja a consciência lembrando que também não fui tão perfeita. Pode ser, também, a aceitação de que sua história com minha mãe é sua e dela e não nossa.
Naturalmente, ao meu modo, no meu tempo, perdoei e deixei- me perdoar, sem falsidade, de coração aberto. Ontem revivi cada lembrança boa que tive com você (porque sabemos que elas existiram) e não consegui dar mais espaço às más lembranças. Era como se cada lágrima as limpasse, as varresse para fora de mim.
Guardarei a relação de respeito que se criou nos últimos anos, ainda que pra isso fosse necessária a distância. Guardarei sua risada engraçada e a imagem que eu tinha de você quando criança. Aliás, combinemos que quando olhar pra trás seja com os olhos daquela criança que eu fui. Tão inocentemente sonhadora!
E por fim, na noite de ontem, fiz algo lhe devia. Despedi-me. Fechei os olhos e voltei aquela sala outra vez. Estávamos a sós. Só eu e Tu, ninguém mais. Era como se tivesse chegado mais cedo e então adentrei a sala passando pela coroa de flores, aproximei- me de você e beijei sua fronte. E disse baixinho, como quem conta um segredo:
- Vá em Paz. Vá com Deus. Adeus.