segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A Resiliente

Resistência ou Resiliência???
Faz um tempo que eu quero escrever sobre estas duas palavras e seus significados. A primeira vez que senti esse ímpeto foi quando ouvi alguém atribuir a palavra resistência a uma postura adotada por uma de nós, ou talvez por todos nós, para manter viva a chama da PJ. A Pastoral da Juventude! Pastoral esta, que amo e que segue através da insistência e da perseverança de quem teve a vida invadida por esse amor PJoteiro. Enfrentamos uma crise de grande proporções e é a garra dos que nadam contra a maré que não a fez morrer por completo. (Aos amigos que discordam da crise, me perdoem, mas eu prefiro trabalhar com a realidade). Diante desta crise, me aparece a Cris e sua expressão genuína de amor dizendo que " o sonho não acabou". Resistente, disse Nycolas. Resiliente, pensei eu. De lá pra cá senti vontade de justificar os termos e minha preferência pelo segundo.
Peço licença à Cris e à PJ. Não me faltará oportunidade de falar sobre vocês.É que  hoje me deparei com a resiliência de alguém e mudei os rumos de minha dissertação. Não vou tão longe. Pois a resiliente que descrevo é outra PJoteira, que enfrenta neste momento uma dor bem mais forte. A dor de perder alguém que amamos...
Acredito que a fortaleza que encontrei hoje, quando fui lhe prestar meus sentimentos, seja a mesma que encontrei a quase dez anos atrás. A moça que tremia a voz e o corpo pra falar em público, mas que continuava a fala com a certeza de se fazer importante colocar aquilo que pensava, me fez acreditar, que mesmo com minha timidez, eu deveria enfrentar o público e dizer o que pensava também.
Acontece que muito antes das meninas aparecerem, eu vi esta PJoteira segurar muitas reuniões sozinha e conduzir- nos. Muitas vezes doando- se muito além do que se imaginava doar- se. Talvez eu tenha levado o exemplo dela muito além da igreja. Me lembro do primeiro seminário na faculdade, quando a voz não saía e eu guaguejava entre uma frase outra. Eu me lembrei de sua conduta de continuar e ainda hoje quando fico nervosa ao falar eu ainda lembro de sua conduta: Continuar...
Continuando, foi quando a vi à mesa resolvendo questões burocráticas, que a palavra resiliente voltou a correr meu pensamento. Eu a vi definição da palavra. Não, ela não era resistente, do tipo que segura o tranco sem desmontar. Parece, mas não é. Ela é resiliente! Do tipo que se desmonta e monta outra vez e que se abala e sente, mas tem a capacidade de compor- se o mesmo para percorrer os caminhos da vida.
Não conheci o seu pai, no entanto que jeito melhor de saber a raridade da árvore se não pela qualidade de seus frutos? Quem faz de seus filhos gente de bem e do bem, com toda essa força e destreza pra encarar a luta do dia- a dia, quem faz de sua família, uma família unida e feliz sempre terá meu respeito e minha admiração.
Que Deus acolha carinhosamente a alma de seu pai, no céu. E que neste momento, Deus possa enviar- lhe mais força, coragem e fé para continuar sendo a fortaleza que é para toda sua família.
Amanhã, o dia não será fácil. Será um dia de despedida. E ainda que doa e que haja luto e choro, haverá também uma resiliente, que se reconstrói e constrói a qualquer percalço da vida. Porque assim é a natureza dela, porque assim é quem ela é.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Como uma onda no mar

Sobre a viagem...
Previsão de chuva para todo o fim de semana. Previsão de tempestade na tarde de sábado...
Já imaginávamos passar o tempo inventando algo pra fazer dentro de casa...
Mas era quase 11 hs da manhã  de sábado quando o sol brilhou anunciando que ia dar bom. E deu!
E domingo ele veio mais cedo, irradiar o quarto e nos convidar para vê-lo, para apreciá- lo, para sentí- lo...
Como não ficar encantada?
Era para descansar. Descansei!
Era para diverti. Diverti- me!
Era para aliviar a pressão do dia-a-dia. A-li-vi-ei!
E foi bem mais, com a companhia destas meninas que trazem a minha vida uma leveza tão incomum e tão necessária. E nem em cem anos eu conseguiria agradecer todo o bem que elas me fazem.
Foi bem mais, porque em meio ao advento vivi a epifania do senhor, que se manifesta grandioso no que por vezes deixamos de observar.
Não havia motivos pra abrir o tempo, mas Ele abriu e nos agraciou com dois dias lindos de primavera. O Deus que se faz conosco sempre e de quem não devemos duvidar jamais.
E ali, pouco antes da volta, contemplei o mar uma última vez e agradeci. Deslumbrada com a imensidão do mar e o vento fresco que corria pelo meu rosto, eu agradeci o dom da vida e tudo que Deus faz pra torná- la tão mais fantástica. E foi então que percebi o gosto amargo da bebida que tomava e que estava levemente mais forte que o comum. Segurei a careta no primeiro gole e perdida em toda aquele balanço mágico das ondas tomei todo o resto sem me dar conta da amargura. E eu entendi que ainda que a vida esteja amarga, há sempre uma imensidão de bons momentos pra desfrutar. Que Deus sempre nos permita um tempo para beber do copo, mas saborear o mar!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014


Eu estou cansada. Eu nem mesmo consigo sair desta posição, eu nem mesmo consigo dar um passo...
Você não imagina o quanto e nem sei se consigo mensurar isso. Não é físico, mas  acaba por se tornar. Alguns diriam que é mental, no entanto eu iria além... É a alma. A alma cansada de tudo, de todos, de mim, de você, de qualquer um ouse falar que sabe o que é. Não sabe. Desconheço este sentimento que tão seriamente me consome. E como alguém pode conhecê-lo? Mentira!
Eu tenho os melhores amigos que a vida poderia dar a alguém, tenho a melhor mãe! Eu tenho um bom salário, eu tenho um emprego, uma profissão... Eu tenho diversos motivos pra ser feliz. Eu sou feliz!
Mas eu tô cansada demais pra apreciar isso. É uma inconformante sensação de ter me tornado tudo que nunca quis ser. Não, eu não falo das conquistas... Falo, talvez dos custos, falo de me perceber perdida muito além dos meus pensamentos. Falo de me tornar uma figura diferente dos sonhos que tive. Ser gente grande me rendeu marcas da luta diária. E eu nem sei mesmo se são as lutas, ou marcas ou se são as fugas, os cômodos escapes. Eu já não sei mais nada e enquanto eu continuo a não saber o tempo corre, "escorre pelas mãos". O que bate a porta é um desesperador aviso de que posso estar perdendo um tempo precioso, enquanto não sei qual caminho seguir. Ou quem sabe, seja apenas a real consciência, nua e crua, de que eu saiba o caminho e friamente não o trilho. O desejo de esconder o que é tão claro...
 Eu estou confusa! Eu estou inerte! Eu estou cansada!